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PRISIONEIRAS
Jessica diskin e Tito khzouz

Liberdade (Latim: Libertas) é, de maneira geral, a condição daquele que é LIVRE . É capacidade de agir de si mesmo, autodeterminação, independência, autonomia.[1] Pode ser compreendida sob uma perspectiva que denota a ausência de submissão e de servidão, própria da liberdade política, mas também pode se relacionar com a questão filosófica do livre arbítrio. Se opõe à concepção de mundo determinista. Aptidão particular do indivíduo de escolher, expressando os distintos aspectos da sua essência ou de sua natureza.

 

Dois artistas, uma palavra e milhões de ideias. Assim surgiu o projeto da artista plástica Jessica Diskin e do fotógrafo Tito Khzouz.
Em meio à pandemia em que estamos vivendo, a união se tornou cada vez mais importante. Devido ao isolamento, sentimos cada vez mais o quanto a união nos faz falta, dando mais valor ainda a ela. Junto com a união, temos o sentido da liberdade. O que é liberdade? O que é a falta de liberdade? Afinal estamos presos em casa há mais de um ano, faltando-nos a união com as outras pessoas e a liberdade de ir e vir, coisas que antes nos pareciam tão simples.

A pergunta que os dois artistas se fizeram ao criar o projeto Prisioneiras foi o que a falta de liberdade causou a população, e principalmente as mulheres, assunto muito retratado pelos dois em suas carreiras individuais. Surgiu então a vontade de expressar juntos essa liberdade, ou a falta dela. Surgiu a vontade de UNIR as mulheres para expressar a LIBERDADE.

Os artistas, que desde de julho de 2020 criaram essa parceria, tiveram meses de muita pesquisa, acompanhando dia a dia o que vem acontecendo nesse ano tão atípico. Todos os dias notícias não só do índice de mortes pelo vírus e hospitais lotados, mas também notícias do triste feminicídio, que cresceu dentro das próprias casas nesse período em que as mulheres perderam mais ainda sua liberdade.


A ideia já estava na cabeça dos artistas e agora era hora de executar. A primeira coisa que desenvolveram juntos foi a “prisioneira”: um manequim coberto de jornal de noticias recentes, com palavras atribuídas as mulheres, por elas e por outras pessoas. Palavras que as mulheres escutam todos os dias em forma de assédio e pressão (ou opressão) social. Após as palavras colocadas, as marcas de agressão foram aplicadas na manequim.
A partir dela, estava na hora de levá-las para as ruas. Não a manequim, e sim as próprias mulheres, com as palavras que as definem dia a dia, as marcas de abusos e o sentindo das palavras LIBERDADE E UNIÃO.
Foram selecionadas dez mulheres, para um domingo de abril de 2021. Dez mulheres, dez histórias, dez corpos diferentes.

 O processo se iniciou com as mãos da artista Jessica Diskin, ao pintar as meninas, nuas. Após pintadas, seguiram ao centro de São Paulo as cinco da manhã, quando o fotógrafo Tito Khzouz entrou em ação.  As locações foram escolhidas por ele, em marcos da capital paulista que em dias comuns, em horário comercial, são extremamente cheios de pessoas. E apesar de serem espaços livres, as mulheres não passam ilesas sem sofrer algum tipo de assédio ou violência.

O Final da noite foi registrado na Ladeira Porto Geral, Rua Boa Vista e João Brícola,   e o início da manhã no Viaduto Santa Efigênia. Todas no Centro Histórico da capital paulista.

Um dos pontos de partida da ideia foi justamente o vazio na cidade criado pela pandemia, que talvez nesse momento fosse o lugar mais seguro para as mulheres transitarem. Com o isolamento social e as ruas extremamente vazias, elas poderiam sair por ai, sendo elas, livres, para viver a cidade.

A adrenalina e a felicidade de estarem seminuas no centro de São Paulo, junto com a expressão e sensação de liberdade que as meninas passaram, rendeu aos artistas esse projeto incrível e indescritível, onde as mulheres e as ruas se tornam a própria arte.  Fotos espontâneas, alegres, divertidas, que passam uma mensagem forte e importante, sem perder a essência da critica que querem fazer.

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